Como funciona a vacina CoronaVac? Entenda!
Primeira vacina a ser aplicada na população brasileira, entenda como funciona a CoronaVac e saiba mais sobre sua eficácia, reações e segurança.
A vacina CoronaVac foi o primeiro imunizante contra Covid-19 a ser aplicado na população no Brasil. Desenvolvida pela farmacêutica Sinovac, da China, em parceria com o Instituto Butantan aqui no país, a vacina já foi aplicada em milhões de brasileiros. Mas como ela funciona?
As vacinas existentes possuem diferentes tecnologias. A tecnologia presente na CoronaVac é a do vírus inativado, utilizada também em outros imunizantes, como o da gripe, hepatite e meningite.
A seguir, saiba mais sobre os imunizantes de vírus inativado e entenda como funciona a vacina CoronaVac.
Como a vacina CoronaVac funciona?
Contra o novo coronavírus, a vacina CoronaVac é feita com o vírus inativado. Neste tipo de imunizante, o vírus é cultivado e multiplicado em uma cultura de células, e depois inativado pelo calor, irradiação ou substâncias químicas.
Uma vez que for inativado, ou seja, morto, o vírus pode ser aplicado no ser humano. Ao perceber a sua presença, o sistema imunológico começa a fazer o seu papel e desenvolve anticorpos para o combate do corpo estranho.
A partir disso, caso o organismo tenha contato novamente com o vírus, ele já terá meios de defesa, protegendo-se contra a infecção.
Vale a pena ressaltar que quando o corpo humano recebe o vírus inativado, não há perigo de contaminação.
Qual o intervalo entre as doses da CoronaVac?
Até agosto de 2021, a recomendação do Ministério da Saúde, assim como do próprio fabricante da vacina, era que o cidadão tomasse duas doses do imunizante, com um intervalo de 14 a 28 dias entre as aplicações – podendo variar de cidade para cidade.
A partir de setembro, a terceira dose foi recomendada como dose de reforço em idosos de 70 anos ou mais, profissionais da saúde e imunossuprimidos (pacientes com falhas no sistema imunológico).
Para idosos, a aplicação adicional pode acontecer 6 meses depois de ter tomado a segunda dose. Já os imunossuprimidos podem se vacinar pela terceira vez depois de 28 dias de aplicada a segunda dose ou dose única.
Em novembro, a aplicação da terceira dose se estendeu também para todos os brasileiros com mais de 18 anos. Quem já recebeu as duas doses da vacina CoronaVac há, pelo menos, cinco meses, já pode receber a dose adicional.
Vale saber que o intervalo entre as doses, novamente, pode variar conforme a cidade. O Governo de São Paulo, por exemplo, reduziu o intervalo para quatro meses, diferente de outros municípios, que, até o momento, mantiveram o tempo inicial.
Quais as reações e efeitos colaterais da vacina?
Os efeitos da aplicação da CoronaVac são diferentes de organismo para organismo. Entre a população de 18 a 59 anos, as reações mais comuns são dor de cabeça, cansaço e dor local.
Também pode ocorrer enjoo, diarreia, dor muscular, calafrios, perda de apetite, tosse, dor nas articulações, coceira, coriza e congestão nasal. No local da aplicação, é possível ter vermelhidão, inchaço, endurecimento e coceira.
Entre os efeitos incomuns estão vômito, febre, vermelhidão, reação alérgica, dor de garganta, dor ao engolir, espirros, fraqueza muscular, tontura, dor abdominal, sonolência, mal-estar, dor nas extremidades, dor abdominal superior, dor nas costas, vertigem, falta de ar e inchaço.
Já entre a população idosa, com mais de 60 anos, a principal reação é dor local. Também pode haver enjoo, diarreia, dor de cabeça, cansaço, dor muscular, tosse, dor nas articulações, coceira, coriza, dor ao engolir e congestão nasal, além de coceira, vermelhidão, inchaço e endurecimento no local da aplicação.
Entre os efeitos incomuns estão vômito, calafrios, diminuição de apetite, reação alérgica, tontura, hematoma, hipotermia, desconforto nos membros e fraqueza muscular.
Qual é a eficácia da CoronaVac?
De modo geral, a eficácia da CoronaVac apresentada nos testes realizados, quando administrada em duas doses, foi de 50,38%. Além disso, a vacina se mostrou 100% eficaz em casos moderados e graves, e 78% eficaz em casos leves.
De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da UFBA (Universidade Federal da Bahia), UFOP (Universidade Federal de Ouro Preto), UnB (Universidade de Brasília), UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), London School of Hygiene & Tropical Medicine e Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), pessoas vacinadas com duas doses do imunizante têm:
- 74% menos risco de morte;
- 74,2% menos risco de admissão na UTI;
- 72,6% menos risco de hospitalização;
- 54,2% menos risco de infecção.
Já quem recebeu apenas uma dose tem:
- 29,4% menos risco de morte;
- 28,1% menos risco de admissão em UTI;
- 26,5% menos risco de hospitalização;
- 50% menos risco de infecção.
É importante dizer que os dados apresentados acima são válidos para a população de estudo, podendo ser diferente no restante da população que receber o imunizante. Por essa razão, as pesquisas realizadas buscam voluntários compatíveis com toda a população.
A vacina CoronaVac foi testada em mais de 12 mil voluntários entre 18 e 59 anos, que não apresentaram efeitos colaterais graves. Cerca de 35% dos cidadãos tiveram algum tipo de reação, porém, todas classificadas como leves, como dor no local da injeção e febre baixa.
Apesar disso, até o momento, o imunizante só foi autorizado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial, em janeiro de 2021.
Eficácia contra variantes
No caso das variantes do novo coronavírus, a CoronaVac também se mostrou eficaz. De acordo com o Instituto Butantan, a vacina pode ter colaborado com o combate à variante delta no Brasil, uma vez que em outros países onde ela não foi aplicada, os impactos foram maiores do que aqui.
Da mesma forma, um estudo feito por pesquisadores do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da província de Cantão (Guangdong), na China, mostra que o imunizante “evita em 100% o desenvolvimento de casos graves de COVID-19 causados pela variante delta do SARS-CoV-2 e tem eficácia de 69,5% contra pneumonias decorrentes da doença”, de acordo com o que foi apresentado pelo governo de São Paulo.
Já em relação à variante recentemente identificada, Ômicron, a CoronaVac também tem se mostrado eficaz, segundo a Sinovac. Ainda assim, o laboratório tem trabalhado no desenvolvimento de uma vacina específica para esta nova cepa.
A vacina CoronaVac é segura?
Uma vacina segura é aquela que não traz riscos à saúde do paciente. Por esse motivo, esse fator é avaliado em todas as fases dos estudos realizados, desde a primeira até a última, que é onde a eficácia é encontrada.
Nos estudos realizados com a CoronaVac, a vacina mostrou-se segura nas fases 1 e 2, tendo como principais reações dor no local da injeção, dor de cabeça, fadiga e dores musculares. Na última fase, feita com um número maior de voluntários, o resultado também foi favorável.
Os estudos que comprovaram a segurança do imunizante foram realizados inicialmente na China, em maio de 2020, com um total de 743 voluntários nas duas primeiras fases. Nos 28 dias seguidos à aplicação da vacina, não houve nenhum efeito colateral grave relacionado ao evento.
O mesmo foi comprovado em estudos realizados no Brasil, com 9 mil voluntários nacionais.
Segurança em crianças e adolescentes
Embora os estudos tenham sido feitos com voluntários entre 18 e 59 anos de idade, há outros testes, feitos com voluntários entre 6 meses e 17 anos, que buscam comprovar a segurança e eficácia da CoronaVac em crianças e adolescentes.
Tais estudos, realizados na África do Sul, Chile, Malásia e Filipinas, tiveram em seus resultados preliminares a comprovação de que a vacina é, sim, segura para crianças a partir de 3 anos e adolescentes de até 17 anos. Para crianças de 6 meses a 3 anos, os estudos ainda estão em andamento.
Apesar disso, a Anvisa ainda não autorizou o uso do imunizante para essa faixa etária – no Brasil, a única vacina que pode ser aplicada em adolescentes maiores de 12 anos é a da Pfizer.
O plano de saúde cobre a CoronaVac?
Até o momento, tanto a CoronaVac como as demais vacinas contra a Covid-19 são aplicadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. Portanto, os planos de saúde ainda não cobrem a aplicação do imunizante, que por enquanto só é comercializado a governos, e não à iniciativa privada.
Porém, os convênios médicos devem, sim, garantir algumas coberturas relacionadas ao novo coronavírus aos seus beneficiários. É o caso dos testes RT-PCR e o sorológico para detecção de anticorpos.
Ambos os testes foram inclusos no rol de procedimentos obrigatórios da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em 2020, e a cobertura independe da segmentação do plano – ambulatorial, hospitalar ou referência.
Já os planos ambulatoriais devem, sim, cobrir consultas, terapias e exames relacionados à doença, assim como os planos hospitalares devem cobrir uma eventual internação e exames complementares.
É válido dizer, ainda, que a carência existente não deve ser considerada para uma negativa do plano de saúde. Falando de Covid-19, em que há urgência no tratamento, a assistência médica não pode recusar o atendimento, uma vez que a cobertura do atendimento em casos de emergência – que trazem risco imediato de vida ou de lesões irreparáveis ao paciente – é obrigatória pela Lei dos Planos de Saúde.
Sendo assim, caso você precise de atendimento relacionado ao novo coronavírus e o seu plano de saúde negue a cobertura, a prática pode ser considerada abusiva.
Diante disso, o seu primeiro passo deve ser pedir à empresa de saúde uma formalização da negativa do atendimento por escrito. O comunicado deve ter uma linguagem clara e objetiva, além de conter o motivo da recusa.
Depois, uma das alternativas é entrar com uma ação contra a operadora e pedir uma liminar, que é uma decisão judicial feita em situações urgentes. Sem ela, você provavelmente terá que esperar muito pelo resultado definitivo do pedido, o que pode te prejudicar ainda mais.
Normalmente, é possível ter a liminar em até 24 ou 48 horas após o pedido, a depender do juiz que estiver com o seu caso.
Nesta ação, você pode solicitar a cobertura do atendimento ou tratamento, o reembolso de custos envolvidos, ou, ainda, uma compensação, a depender da sua situação.
Outra opção é reclamar junto à ANS ou aos órgãos de proteção ao consumidor, como os Procons estaduais. Por ele, é possível registrar sua reclamação online, por telefone, ou em um dos postos físicos credenciados.
Já para entrar em contato com a ANS, ligue para 0800 701 9656 ou para 0800 021 2105 para deficientes auditivos. Você também pode fazer a reclamação online pelo Fale Conosco – para isso, é necessário fazer um cadastro.
Quer saber se você foi vítima de uma prática abusiva do seu plano de saúde? A JusVita pode te ajudar! Somos uma empresa especializada em auxiliar o beneficiário que teve ou está com problemas com o seu plano de saúde, inclusive o de negativa de atendimento.
Para começar, responda gratuitamente o nosso formulário de avaliação. Depois, envie fotos dos documentos solicitados, bem como dos comprovantes relativos à negativa do atendimento. Assim, nossa equipe poderá fazer a análise completa do seu caso. Após a avaliação, nossos especialistas entrarão em contato com você em até 24 horas.
Ainda tem alguma dúvida sobre como podemos te ajudar? Entre em contato conosco pelo telefone (11) 93023-7616 ou escreva para [email protected].